Descolamento de placenta: A placenta é um órgão vital para a gestação, pois é responsável por levar nutrientes e oxigênio da mãe para o bebê, além de eliminar os resíduos produzidos pelo feto e secretar hormônios importantes para o seu desenvolvimento. A placenta se forma logo após a fecundação e se fixa na parede interna do útero, onde permanece até o final da gravidez.
No entanto, em alguns casos, a placenta pode se soltar do útero antes do tempo, causando um problema grave chamado descolamento de placenta. Esse descolamento pode ser parcial ou total, dependendo da extensão da área afetada. Quando isso acontece, o bebê pode sofrer com a falta de oxigênio e nutrientes, podendo ter complicações como baixo peso, prematuridade ou até mesmo morte. Além disso, a mãe também corre riscos de hemorragia, infecção e choque.
O descolamento de placenta pode ocorrer em qualquer fase da gestação, mas é mais comum no segundo e terceiro trimestres. Estima-se que ele afete cerca de 1% das gestantes em todo o mundo. Por isso, é importante conhecer os sintomas e as causas desse problema, para poder identificá-lo e tratá-lo o mais rápido possível.
Os principais sintomas do descolamento de placenta são:
- Sangramento vaginal: esse é o sinal mais evidente do descolamento de placenta, pois indica que há uma ruptura dos vasos sanguíneos que ligam a placenta ao útero. O sangramento pode ser vermelho vivo ou escuro, e pode variar de intensidade e quantidade. Em alguns casos, o sangue pode ficar retido entre a placenta e o útero, sem sair pela vagina. Nesses casos, o diagnóstico pode ser feito por meio de exames de imagem.
- Dor abdominal: a dor abdominal é outro sintoma comum do descolamento de placenta, pois reflete a contração do útero em resposta à separação da placenta. A dor pode ser intensa e súbita, ou gradual e persistente. Ela pode se localizar na parte inferior ou superior do abdômen, ou se irradiar para as costas.
- Contração uterina: a contração uterina é uma reação natural do organismo para tentar expulsar o feto em caso de descolamento de placenta. As contrações podem ser fortes e prolongadas, levando ao trabalho de parto prematuro.
Outros sintomas que podem indicar um descolamento de placenta são:
- Alteração nos batimentos cardíacos do bebê: o descolamento de placenta pode comprometer a oxigenação do feto, fazendo com que os seus batimentos cardíacos fiquem acelerados ou lentos demais.
- Diminuição dos movimentos fetais: o bebê pode se mexer menos ou parar de se mexer por causa da falta de oxigênio e nutrientes.
- Sinais de choque: em casos graves, o descolamento de placenta pode causar uma perda significativa de sangue pela mãe, levando a um quadro de choque hipovolêmico. Nesse caso, a gestante pode apresentar palidez, suor frio, taquicardia, queda da pressão arterial e perda da consciência.
O descolamento de placenta pode ter diversas causas, que podem ser divididas em traumáticas e não traumáticas.
As causas traumáticas são aquelas relacionadas a algum tipo de impacto ou lesão na região abdominal ou pélvica da gestante. Alguns exemplos são:
- Acidentes de carro
- Quedas
- Violência doméstica
- Manobras obstétricas
- Ruptura da bolsa amniótica
- Cordão umbilical curto
- Movimentação excessiva do feto
As causas não traumáticas são aquelas relacionadas a algum fator de risco que afeta a circulação sanguínea ou a coagulação do sangue. Alguns exemplos são:
- Hipertensão arterial
- Pré-eclâmpsia
- Diabetes
- Tabagismo
- Uso de drogas
- Doenças hematológicas
- Infecções uterinas
- Anomalias placentárias
O tratamento do descolamento de placenta depende da gravidade do caso, da idade gestacional e das condições clínicas da mãe e do bebê. Em geral, o objetivo é manter a gestação pelo maior tempo possível, desde que não haja risco de vida para nenhum dos dois.
O tratamento pode envolver:
- Repouso absoluto
- Uso de oxigênio
- Controle da pressão arterial
- Reposição de líquidos e sangue
- Monitorização fetal
- Uso de medicamentos para evitar o parto prematuro ou para acelerar o amadurecimento pulmonar do feto
- Parto cesárea ou vaginal, dependendo da situação
O descolamento de placenta é uma complicação grave que requer atenção médica imediata. Por isso, é fundamental que a gestante faça o pré-natal adequado e procure o obstetra em caso de qualquer sintoma anormal. Quanto mais cedo for feito o diagnóstico e o tratamento, maiores são as chances de preservar a saúde da mãe e do bebê.