Ações da Americanas.
As ações da Americanas (AMER3) são um dos assuntos mais comentados no mercado financeiro brasileiro nos últimos meses. A empresa, que é resultado da fusão entre a Lojas Americanas e a B2W, passa por uma grave crise após revelar um rombo contábil de R$ 43 bilhões em seu balanço de 2022. Desde então, as ações da companhia despencaram mais de 90% na bolsa de valores, chegando a valer menos de R$ 1. Mas será que ainda há esperança para os acionistas da Americanas? Vale a pena comprar as ações da empresa nesse momento?
Para responder a essas perguntas, é preciso entender o que levou a Americanas a essa situação e quais são os seus planos para se recuperar. A empresa, que é uma das maiores do varejo online e offline do país, com mais de 1.700 lojas físicas e marcas como Submarino, Shoptime e Sou Barato, anunciou em dezembro de 2022 que havia identificado inconsistências em seus registros contábeis relacionados a impostos, fornecedores e estoques. Essas inconsistências somavam R$ 20 bilhões, que não estavam refletidos nos balanços anteriores da empresa.
A notícia chocou o mercado e gerou uma série de investigações internas e externas sobre a origem e a responsabilidade pelo erro. A empresa afastou alguns executivos e contratou uma auditoria independente para apurar o caso. No entanto, as surpresas negativas não pararam por aí. Em janeiro de 2023, a Americanas informou que o rombo era ainda maior: R$ 43 bilhões, o que representava quase todo o seu patrimônio líquido. Além disso, a empresa revelou que tinha apenas R$ 250 milhões em caixa, insuficientes para honrar seus compromissos financeiros.
Diante desse cenário, a Americanas entrou com um pedido de recuperação judicial na Justiça do Rio de Janeiro, com o objetivo de renegociar suas dívidas com credores e fornecedores e evitar a falência. A empresa apresentou um plano de recuperação que prevê um aumento de capital de R$ 12 bilhões, sendo R$ 8 bilhões dos acionistas controladores (o trio formado por Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Beto Sicupira) e R$ 4 bilhões de novos investidores. O plano também propõe um alongamento dos prazos de pagamento das dívidas e uma redução dos juros.
O pedido de recuperação judicial ainda precisa ser aprovado pelos credores e pela Justiça, mas já enfrenta resistências de alguns grupos, como o Banco Bradesco, que moveu uma ação contra a empresa cobrando o pagamento integral de uma dívida de R$ 1 bilhão. Além disso, a Americanas está sendo alvo de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na Câmara dos Deputados, que investiga as causas e os responsáveis pelo rombo contábil.
Comprar ações da Americana vale a pena?
Com tantos problemas e incertezas, as ações da Americanas se tornaram muito arriscadas para os investidores. Os papéis da empresa são considerados \”penny stocks\”, ou seja, ações que valem menos de R$ 1 e que têm baixa liquidez e alta volatilidade no mercado. Essas características dificultam a análise dos fundamentos da empresa e tornam as ações mais suscetíveis à especulação e à manipulação.
Portanto, comprar as ações da Americanas nesse momento não é um investimento, mas sim uma aposta. Quem compra os papéis da empresa está apostando que ela conseguirá aprovar seu plano de recuperação judicial, reestruturar suas operações, recuperar sua credibilidade no mercado e voltar a crescer. Mas essa é uma aposta de alto risco, que pode resultar em grandes perdas ou em pequenos ganhos.
Por isso, a maioria dos especialistas em finanças recomenda cautela e prudência aos investidores interessados nas ações da Americanas. A empresa ainda tem muitos desafios pela frente e muitas dúvidas a esclarecer. Além disso, existem outras opções de investimento mais seguras e rentáveis no mercado. Portanto, antes de comprar as ações da Americanas, é preciso avaliar bem os riscos e as oportunidades, e sempre buscar informações confiáveis e atualizadas nas fontes originais.